segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Carta do Coletivo de Estudantes Negxs da USP - 17/09/2013

Nós somos os estudantes negros da USP. Nós somos os 9% de estudantes negros que passaram pela FUVEST. Nós somos os 4 estudantes negros do curso de direito, nós somos o único estudante negro que entrou no curso de psicologia nos últimos 3 anos, nós somos aqueles que estão no cursinho tentando entrar no curso de medicina. Nós somos aqueles que nem sabem que podem estudar de graça numa universidade pública. Nós somos o estudante africano espancado na quadra do CEPEUSP, sem direito a reclamação. Nós somos os moradores esquecidos da São Remo. Nós somos os trabalhadores negros terceirizados esquecidos pela reitoria. Nós somos o estudante negro de filosofia morto na Praça do Relógio Solar pela negligência da faculdade. Nós somos os filhos das mães de maio de 2006, que como vários outros irmãos não conseguem sonhar com a universidade porque tem a vida interrompida pela bala da polícia.
Sou o negro drama recitado pelo homem na estrada, sou aquele que não pediu para nascer guiado pelo nosso livro de auto-ajuda, sim sou o monstro que nasce todos os dias em algum lugar no Brasil, aquele no quarto de madeira lendo a luz de vela, ouvindo radio no fundo de uma cela. Realmente, o preto aqui não tem dó. Cê ta me entendendo? Mas também sou Curuzu, Zumbi, Chico Rei, Luiza Mahim, Luis Gama, Abdias do Nascimento, Carolina de Jesus, João Candido, Steve Biko, Martin Luther King, Angela Davis, Malcolm x, Black Panthers.Sou Sabotagem, Dina Di, Yzalu, Mano Brown, Edy Rock, sim eu sou HIP HOP, Mas também sou Clementina de Jesus, Bezerra da Silva, Jovelina. Eu sou todas as nações de maracatu. Sou a resistência!

Nos organizarmos pra resistir, nos organizamos pra encontrar o nosso espaço, nos organizamos porque somos esquecidos pelos movimentos, porque queremos tomar pra nós os espaços da academia e transformá-lo, porque queremos destruir as estruturas dessa sociedade racista que nos violenta, nos mata, nos oprime, nos destrói e insisti em tentar nos embranquecer.

sábado, 12 de outubro de 2013

Nota do Núcleo de Consciência Negra da USP em Apoio à Ocupação da Reitoria da USP


O Núcleo de Consciência Negra da USP vem por meio desta manifestar seu apoio à luta dos estudantes que ocuparam a reitoria em luta pela democratização da Universidade.
Historicamente sofremos com a truculência e a falta de democracia e diálogo existente dentro espaço elitista e racista que é a USP, jamais abriremos mãos de nossos ideais de luta por democratização da USP, tanto de sua gestão como de seu acesso e permanência.
O mesmo Conselho Universitário (CO) que se negou a votar e aprovar as “Eleições Diretas e Paritárias para Reitor” é aquele que, em Julho de 2013, se negou a incluir na sua pauta o projeto de Cotas Raciais para Negros e Indígenas que foi elaborado por mais de 60 entidades e movimentos sociais.
Ao invés da Reserva de Vagas prevista no PL das Cotas, nos impuseram míseros 5% de bônus no Vestibular, fato este que é anti-democraticamente semelhante à aprovação a “Consulta Sem Valor” que quiseram nos impor no dia 01 Outubro de 2013 no lugar da pauta das Diretas Já! defendida pelos estudantes, mas não passarão!
Convictos da necessidade urgente de democratizar as Universidaddes Paulistas, jamais aceitaremos as imposições do Conselho Universitário da USP, tanto pelo conservadorismo das deliberações que tenta nos impor quanto pela sua composição etnico-racial, pois é vergonhoso o fato dos únicos negros presentes naquele espaço de poder serem oriundos das classes estudantil e trabalhadora, que são uma pequena minoria dentro de um Conselho que sequer cumpre a composição percentual prevista na Lei de Diretrizes Básicas da Educação.
Parabenizamos os estudantes uspianos pela coragem de enfrentar o “REI e sua Corte”, pela aprovação das “Cotas Raciais para Negros e Indígenas” e a “Devolução dos Blocos K e L ao CRUSP” como eixos do Movimento de Ocupação, pelo significado histórico de luta por democratização e contra a mercantilização do ensino. Avancemos juntos para que ampliemos nossa capacidade de dialogar com a sociedade e movimentos fora de nossos muros.
São Paulo, 11 de Outubro de 2013
Coordenação do Núcleo de Consciência Negra

terça-feira, 11 de junho de 2013

Nota de Repúdio ao “Plano Institucional da USP”

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Diante da eminente derrota no Conselho no Universitário da USP do PIMESP (Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Superior de São Paulo) e da recente apresentação na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo de um Projeto de Lei que institui as Cotas Raciais com recorte Social nas universidade paulistas (PL DAS COTAS) que foi elaborado pela sociedade civil organizada, a Reitoria da USP tenta de forma desesperada aprovar um tal de “Plano Institucional 2013-2018”, que se distingue completamente do PIMESP, provavelmente por vergonha de reconhecer o fracasso de sua proposta (de golpe) original.
Esse tal "Plano Institucional da USP", além de ser mais uma tentativa da reitoria de se esquivar do debate das cotas, é problemático porque suas propostas não garantirão a inclusão de estudantes negros ou oriundos da escola pública. Quando analisamos cada uma das propostas, já percebemos o quanto elas são ineficazes:
- ampliação e aumento do bônus INCLUSP: é um fato que o INCLUSP já demonstrou ser um fracasso. Ao longo dos sete anos que vem sendo implementado, houve aumento de apenas 3% no número de estudantes oriundos de escola pública e não impactou em nada na entrada de alunos negros. Além disso, mais uma vez ocorre a vinculação do critério étnico-racial ao social, o que é um problema, dado que escamoteia o racismo e não contribui para um maior acesso da população negra à universidade. Por fim, um projeto similar ao que está sendo proposto existe na Unicamp e lá também houve poucos avanços na inclusão de estudantes negros e de escola pública.
- cursinho pré-vestibular: a criação de um cursinho pré-vestibular não é, a princípio um problema, no entanto, o recorte feito para os possíveis candidatos é excludente e prejudica os próprios candidatos. As vagas serem destinadas somente a estudantes que já concorreram ao vestibular fará com que esse estudante perca um ano em relação aos demais, problema que também foi identificado no PIMESP, em que a entrada do aluno negro ou de escola pública ocorreria dois anos depois dos candidatos que não estão estivesse dentro desse recorte. Além disso, seria bastante limitada a oferta desse cursinho. Se houver o interesse da Universidade em criar o cursinho, que ele seja aberto a todo estudante negro e/ou de escola pública que esteja no terceiro ano do ensino médio.
- embaixadores da USP e ampliação dos locais de provas: essas duas propostas parecem ser muito atrativas pelo propósito que têm de levar a USP a outros espaços. Entretanto, acreditar que o que impede os alunos de entrarem na Universidade é não conhecê-la ou não conseguir fazer a prova, é acreditar em uma mentira. É fato que a universidade está distante da sociedade, mas isso se dá pela maneira como ela é construída, pensando em atender exclusivamente a elite do país e o fato da grande maioria dos estudantes da USP serem brancos e de classe média é um reflexo disso. Para rompermos com essa característica é necessário um projeto de inclusão real, em que toda a universidade se volte para a sociedade, que é o que as cotas raciais e sociais pretendem e já demonstram que são capazes de fazer.

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O tal "Plano Institucional" é um INCLUSP com um percentual de "até 5%" (pode ser 0%) para negros e indígenas... proposta que nem de longe atende às demandas da sociedade por inclusão étnico-racial na Universidade, que é uma mais desiguais do país, como apontam os dados apresentados na "JUSTIFICATIVA do PL DAS COTAS”. 

Vale ressaltar que a pauta "Implementação das Cotas Raciais na USP" foi inserida na pauta do Conselho Universitário de 20/09/2012 por conta de um Abaixo-Assinado elaborado pelos Representantes dos Alunos e foi deliberada nesta a criação de uma "Comissão de Discussão das Cotas Raciais na USP", o que nunca aconteceu. Porque a Comissão não foi criada e a discussão ocorrida foi sobre o PIMESP e não sobre as Cotas, como havia sido proposto e aprovado?
Nos envergonhamos com as inúmeras manobras que a atual Administração da USP tem feito para evitar que a Universidade de São Paulo se torne uma mais democrática no seu Acesso e também na sua Gestão. Isso demonstra uma tentativa desesperada de manutenção do status-quo que foi posto em xeque pelos acadêmicos que estudam "Inclusão Social" e pela sociedade brasileira, que apóia a implementação das Cotas Racias (Pesquisa IBOPE - 17/02/2013).

A vitória do MOVIMENTO PELAS COTAS NA USP está chegando!
Pedimos a sua assinatura no Abaixo-Assinado anexo para que o Projeto de Lei das Cotas que tramita na ALESP seja incluído na pauta de discussão e votação na próxima Reunião Ordinária do Conselho Universitário da USP, juntamente com o “Plano Institucional”.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Núcleo de Consciência Negra tem sua institucionalização aprovada na FFLCH-USP

Vencemos a 1ª batalha... após 26 anos de militância cotidiana em prol dos direitos negados à população negra sem o reconhecimento institucional da USP, o Núcleo de Consciência Negra (NCN) finalmente teve sua proposta de criação de um "Núcleo de Apoio à Cultura e Extensão Universitária (NACE)" aprovada pela Comissão de Cultura e Extensão da Faculdade de Filosofia, Ciências, Humanidades e Letras (FFLCH-USP) na tarde desta quarta-feira, 22/05. 

Mostra de Arte e Sarau no vão da História & Geografia
A aprovação ocorreu em meio ao Mês da Abolição Interrogada II... 125 anos depois, atividade política, acadêmica e cultural que marca os 125 da abolição da escravidão e os 25 anos da 1ª atividade organizada pelo NCN na USP. Em parceria com entidades do movimento estudantil e negro, o Núcleo de Consciência Negra tem organizado Seminários, Saraus e Mostras de Arte neste mês de maio por toda USP e a aprovação do NACE é a consequência natural de tudo o que temos feito e fortalece a "Campanha pela Criação da Casa da Cultura Negra da USP".  

A abolição da escravidão está inconclusa, pois os números mostram claramente que o ingresso dos estudantes negros na USP está muito aquém do percentual desta raça na sociedade, principalmente nos cursos de maior demanda social. Além disso, diversos casos de racismo contra estudantes e moradores das comunidades vizinhas da USP, ocorridos recentemente, e estão sendo combatidos política e juridicamente pelo NCN, que dá suporte às vítimas.

O NCN luta incansavelmente contra as desigualdades sócio-étnico-raciais da sociedade brasileira e criou, em 1994, do 1º Curso Pré-Vestibular voltado para a preparação de jovens negros no Estado de São Paulo, projeto este que continua em funcionamento. A entidade conta também com um Centro de Ensino de Idiomas, com Grupos de Estudo e Formação atuantes e com a Biblioteca Comunitária "Maria Carolina de Jesus". Pelo exposto acima, concluímos que a aprovação do nosso NACE veio para coroar a luta histórica do NCN por um mundo sem racismo.


Alertamos à nossos alunos, colaboradores e apoiadores que:

A aprovação do NACE pela FFLCH-USP (ainda) não garante o uso do espaço que ocupamos!

Mas agora, tendo nossa proposta de institucionalização aprovada, cabe à atual Reitoria da USP regularizar o uso do barracão que ocupamos há 19 anos e retomar as negociações para criação da "Casa da Cultura Negra da USP", casa voltada ao estudo e entendimento acadêmico e cultural da população negra brasileira, e futura sede do Núcleo de Consciência Negra na USP.

Assine nosso Abaixo-Assinado e nos apoie nesta luta!

Atenciosamente,

Núcleo de Consciência Negra

www.ncn.org.br
Grafite na frente do barracão do Núcleo de Consciência Negra na USP

Assine nosso Abaixo-Assinado e nos apoie nesta luta!

sexta-feira, 17 de maio de 2013

A USP é Racista?

A Universidade de São Paulo está entre as cem melhores universidades mundias, é a única da América do Sul na maioria dos Rankings, mas quando olhamos para a cor da pele dos discentes, docentes e funcionários efetivos da universidade, notamos que a grande maioria dessas pessoas são brancas. Dito isso, fazemos a seguinte pergunta: Por que a melhor universidade do país tem a sua população predominantemente branca, se a grande maioria da população brasileira é composta majoritariamente por negros?. Leonardo Sakamoto detalha os motivos dessa pergunta no texto: "O povo entra em cena". Um dos seus principais argumentos é a estatística note: "A exclusão dos negros se amplia pelos equipamentos e serviços públicos, e também pelos direitos. Um direito historicamente negado é o do acesso à educação. No Brasil 70% dos analfabetos são negros, e apenas 2,8% de negros com mais de 16 anos estão no ensino superior". Esse argumento ratifica que a USP tem um caráter elitista e racista.

Gostaria de lembrar alguns acontecimentos ocorridos dentro da USP que reforçam a argumentação dita anteriormente: no começo de 2012, sobretudo, em janeiro, todos acompanharam através da imprensa a postura racista do policial que agrediu o estudante negro dentro do espaço DCE ocupado, o policial duvidou que o rapaz fazia parte do corpo discente da USP por ter a pele negra. Outro acontecimento que reforça o preconceito racial aconteceu comigo mesma, deixe-me me apresentar sou uma estudante negra do curso de Letras e estava presente na reintegração de posse da Moradia Retomada no Bloco G do CRUSP. E na delegacia do 14° destrito policial sofri discriminação, os policiais registraram no meu boletim de ocorrência que eu tinha apenas o 1° grau incompleto e os demais, por serem brancos, foram registrados como superior incompleto. Diante disso, fica claro o quanto os órgãos institucionais têm postura racista.

Além disso, gostaria de fazer um apelo à todos para pressionarem a Reitoria na criação da Casa de Cultura Negra, pois sou professora de gramática do Núcleo de Consciência Negra e esse espaço está praticamente cercado por placas de uma empresa de demolição, sem garantia alguma de que a USP cederá um novo espaço para a continuidade das suas atividades politico-educacionais, como o Curso Pré-Vestibular, o Centro de Ensino de Idiomas e a Biblioteca "Maria Carolina de Jesus". Se a Reitoria não ceder um novo espaço, em boas condições de uso, teremos mais a prova cabal da postura institucionalmente racista que a USP têm para com a sociedade.  

Autora: Ingrid Lidyane Santos Silva - Aluna do 3° ano de Letras na FFLCH-USP e Prof.a de Gramática no Curso Pré-Vestibular Popular Vespertino, do Núcleo de Consciência Negra.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Mais 1 Maio… de Luta Negra na USP


Em 13 de Maio de 2013, enquanto alguns celebram 125 Anos da Abolição da Escravidão, nós o/a interrogamos se ela realmente ocorreu, afinal, os indicadores sócio-econômicos do IBGE apontam para uma disparidade étnica-racial gritante que existe [1]… persiste… às custas de uma Negativa perversa ao invés de uma Afirmação, de uma Ação Afirmativa visando a Reparação, do povo Negro explorado pela elite desta Nação.
O dia 13 de Maio é a data de nascimento do Núcleo de Consciência Negra na USP que completou 26 Anos de Resistência na USP e é também o Dia Nacional de Denúncia Contra o Racismo, sentimento esse introjetado dentro da Universidade “melhor rankeada” do Brasil. O que a USP fez e faz para combater o racismo dentro e fora de seus muros?
Sob a sigla NCN, nascemos conscientes, confiantes e dispostos a fazer luta, prontos e sedentos por escrever na história um Capítulo sobre Reparação, prontos para entre-iguais-de-fato construir um futuro de união, cooperação e não mais pontos de ?(interrogação)? .

Maio pela Casa da Cultura Negra da USP
Desde sua fundação, o NCN cumpre um papel agregador entre ativistas da luta pelos direitos civis da população negra, reparações históricas e a implementação de ações afirmativas para a população negra. Pedimos o seu apoio para que o Núcleo de Consciência Negra (NCN) conquiste o reconhecimento da Reitoria da Universidade de São Paulo e que esta nos conceda a autorização de uso do espaço que ocupamos há 26 anos para lutar contra o racismo e por inclusão sócio-étnico-racial da população negra. A Casa da Cultura Negra será o espaço do Núcleo de Consciência Negra na USP.
Assine nosso Abaixo-Assinado!  www.peticaopublica.com.br/?pi=ncnusp
 
Maio da Abolição Interrogada II -> 125 anos depois
Lhe convidamos para vir debater conosco se a população negra é hoje, Século XXI, livre e tem acesso pleno aos Direitos, assim como em 1988, ocasião da 1ª Abolição Interrogada. Dentre as atividades de Cultura & Extensão que estamos organizando, teremos dia 17/5:
Oficina de Stencil e de Capulanas às 14hs e uma Mesa às 18hs com o tema “Verdades e desafios para superação das desigualdades étnicas-raciais”. Além disso, teremos um Sarau às 20hs e uma Festa-Ato às 22hs neste mesmo dia, com samba e ritmos latinos.
Nos dias 25/05 e 08/06 (2 Sábados) às 9hs, vai rolar Oficina de Comunicação Comunitária (16hs de duração) com o Rapper Pirata.  
Inscrições pelo email: rapperpirata@gmail.com
 
Maio de Luta Contra o Racismo na USP
O NCN tem como princípio a defesa dos negros vítimas de racismo. Dentre os casos mais recentes podemos citar o estudante ameaçado por um policial militar no CRUSP porque não “mostrou a carteirinha USP” (detalhe: ele estava com diversos outros estudantes, mas era negro). O de uma aluna negra que era constantemente abordada pelos Guardas da EEFE e quando questionou a razão ouviu que “era porque ela não parecia aluno USP”. Num outro caso, ocorrido nas redes sociais, um perfil-fake-identificado perguntava aos colegas se eles apoiavam as Cotas para “transarem com mulheres negras” e, por fim, mas extremamente importante, um caso recente de falsa-acusação, seguida de agressão, tortura e prisão de um jovem trabalhador numa Festa dentro do campus.

Não toleramos atos de racismo e nenhum outro tipo de discriminação! Não!
Não saímos do nosso barracão, pois fazemos Política, Cultura e Extensão! Não!
Não queremos o PIMESP, pois ele não é Ação Afirmativa de Reparação! Não!


[1] Você pode escolher seu indicador sócio-econômico favorito, porque aqui, diferentemente do PIMESP, cita-se a fonte dos dados usados > http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/defaulttab.shtm

 

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Manifesto pela Criação da Casa da Cultura Negra da USP


Pedimos o seu apoio para que o Núcleo de Consciência Negra (NCN) conquiste o reconhecimento da Reitoria da Universidade de São Paulo e que esta nos conceda a autorização de uso do espaço que ocupamos há 26 anos para lutar contra o racismo e por inclusão sócio-étnico-racial da população negra.
A Casa da Cultura Negra será o espaço do Núcleo de Consciência Negra na USP.
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A criação do NCN ocorreu em 13 Maio de 1987 através da auto-organização de funcionários, professores e estudantes da USP, que começaram então a fazer política a partir desta entidade do Movimento Negro, nascida dentro da USP.

Consolidamos nossa atuação política na Universidade com uma vitoriosa ocupação, que viabilizou criar o 1ª Curso Pré-Vestibular para Jovens Negros do Estado de São Paulo, e que continua em atividade até os dias atuais. Além do ‘Cursinho’ noturno e diurno, o Núcleo realiza inúmeras atividades políticas, educacionais, acadêmicas e culturais dentro da USP, dentre elas destacamos: o Centro de Estudo de Idiomas (CEI), os debates e seminários sobre a história, demandas e cultura afro-brasileira.

Nossa dificuldade de manutenção do barracão é histórica, pois a USP, ao longo dos nossos 26 anos de existência, sempre mostrou-se contrária à existência de uma associação autônoma com o perfil reivindicatório que temos, dentro de seus muros. 
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Desde sua fundação, o NCN cumpre um papel agregador entre ativistas da causa pelos direitos civis da população negra. Em seus 26 anos de (r)existência, o NCN sempre defendeu a necessidade de reparações históricas e a implementação de ações afirmativas para a população negra e nunca deixou de mostrar à sociedade a contribuição da cultura afro-brasileira na formação do nosso país.

Recentemente, a reitoria da USP decidiu negociar um Convênio conosco, mas até o momento não sinalizou se e nem onde quer colocar nossos projetos político-sociais.

Reivindicamos a criação da “Casa da Cultura Negra da USP”, pois somos numericamente a maioria da população brasileira, mas uma minoria política que não descansará enquanto não tiver seus anseios de inclusão, plenamente atendidos.

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Atenciosamente,
Coordenação do Núcleo de Consciência Negra na USP